Vida do Grande D. Quixote de La Mancha do Gordo Sancho Pança
Vida do Grande D. Quixote de La Mancha do Gordo Sancho Pança, de António José Da Silva, é a última criação do Teatro do Bolhão e tem encenação de Kuniaki Ida.
O espetáculo está em cena, até dia 24 de novembro, no Auditório do Palácio do Bolhão (quartas, às 19:00; quinta a sábado, às 21:30; domingo, às 16:00) e tem como protagonistas Paulo Calatré e António Capelo, nos papéis de D. Quixote e Sancho Pança.
Neste espetáculo dirigido por Kuniaki Ida em que ilusão e realidade se confundem num universo delirante e cómico, o idealismo não é só uma forma de escapismo, mas também a capacidade de ver outra realidade, utópica, e deixar-nos perder, divertir e maravilhar com D. Quixote e Sancho Pança.
Vida do Grande D. Quixote de La Mancha do Gordo Sancho Pança, de António José da Silva, narra as aventuras deste cavaleiro que transforma constantemente o real: imagina guerreiros, imagina batalhas, imagina uma amada… Sempre acompanhado pelo seu companheiro Sancho Pança, segue em aventuras que ele próprio inventa, apagando os limites entre o real e o imaginado e questionando a nossa capacidade de ver para além do que estabelecemos como normal.
Mais informações, Teatro do Bolhão.

São 100 Anos, Poças!
Poças celebra 100 anos com programa dedicado à cultura.
No ano em que comemora o 100º aniversário, a Poças vai promover um conjunto de iniciativas ligadas à arte e à cultura, revelando novos talentos e homenageando o conceito de legado familiar.
O programa cultural estende-se à literatura, música, arte pública e teatro. Para cada uma destas áreas, foi convidado um artista que, além de ser também ele herdeiro de um talento familiar, representa atualmente o passado, o presente e o futuro da sua arte.
No capítulo da literatura, a escolha recaiu sobre o jovem escritor Afonso Reis Cabral, vencedor do Prémio Leya em 2014 com o romance “O Meu Irmão”. É trineto de Eça de Queiroz, mas a genética, por si só, não explica tudo. Afonso encontrou o seu próprio caminho e é hoje uma das promessas da Literatura portuguesa, estando já marcado o lançamento de um novo livro para o final do ano.
“O respeito pela arte e pela cultura é um dos maiores legados deixado pelo nosso bisavô. Talvez porque, para nós, fazer vinho seja mesmo isso: uma forma de arte e um ativo vivo da nossa cultura. Por isso, na passagem do centenário, queremos homenageá-la em várias frentes, identificando pessoas que, tal como nós, estejam a reinventar uma vocação familiar.”
– Pedro Poças Pintão, 4ª geração da família Poças
Das artes de palco, a inspiração chegou de Tomás Wallenstein, identificado como uma das vozes da sua geração. Filho de uma cantora lírica e de um contrabaixista, foi também na música que o seu talento se revelou e aos 26 anos é a voz dos Capitão Fausto, uma das bandas mais influentes da atualidade e que este ano acrescenta um novo disco ao seu portefólio.
Símbolo de uma geração é também o artista Artur Silva, hoje reconhecido por Bordalo II, nome artístico que escolheu como homenagem ao avô, pintor, promovendo uma continuidade e reinvenção do seu legado artístico. Distanciando-se da pintura clássica, a arte pública viria a ser o palco eleito para as suas explorações de cor, focando-se atualmente no questionamento da sociedade materialista de que faz (também) parte.
Num outro palco, as cortinas abrem-se para revelar não um, mas vários talentos familiares. É no Teatro do Bolhão que a ACE (Academia Contemporânea do Espetáculo) se afirma como uma das principais escolas de artes performativas do país, formando gerações. Avós, pais e filhos contracenam juntos, mostrando que o Teatro está vivo e continua a desempenhar um importante papel na formação da sociedade.
Para cada uma destas áreas – literatura, música, arte pública e teatro – estão reservadas várias ações, entre as quais diversos eventos gratuitos para o público, convidando-o a celebrar o centenário com a empresa. Todas as informações serão reveladas nos canais online da Poças, com especial destaque para o site 100.pocas.pt, que além da informação sobre a efeméride se pretende assumir como um ponto de encontro cultural.

TEATRO | THEATRE
Em cartaz até 09 de dezembro, no Salão Nobre do Palácio do Bolhão, Teatro (Theatre) é um texto de Zeferino Mota com encenação Zeferino Mota e de Pedro Fiúza.
Teatro (Theatre) é um espetáculo que reage às mudanças profundas e rápidas (tecnológicas, sociais, humanas…) das últimas décadas que tendem a ser “percebidas e sentidas como traços permanentes da condição humana ou como normalidade”, e que foi “motivado” por duas principais inquietações:
– Até que ponto o teatro do nosso tempo está a transformar-se numa das muitas extensões de um sistema que de forma eficaz reduz cidadãos a consumidores, sem que disso nem os próprios se apercebam?
– Será que a multiplicidade dos “teatros” do nosso tempo (como os canais da TV por cabo) não oculta, paradoxalmente, um dogmatismo que impõe o idêntico e o entretenimento?
Num cenário que é uma casa e ao mesmo tempo uma cela, a peça vai-se desenvolvendo sem que sejam abandonadas estas inquietações.
Apesar do título, Teatro (Theatre) não é especialmente destinada ao meio teatral ou ao público habitual de teatro. Dirige-se a todo aquele que pretende alimentar “a nobreza de espírito” numa sociedade desorientada e num “mundo sem regras” em que somos diariamente pressionados a “sermos menos éticos para alcançarmos mais sucesso”.
De Zeferino Mota
Encenação Pedro Fiuza e Zeferino Mota
Interpretação Daniel Macedo Pinto, João Cravo Cardoso e Sandra Salomé
Cenografia Cátia Barros
Figurinos Manuela Ferreira
Desenho de Luz Mário Bessa
Imagem Luís Troufa
Colaboração Musical Ernesto Coelho